Ketamina criada em 1962 pelo americano Calvin Stevens, a substância tornou-se popular no final dos anos 90 na Europa e EUA com a difusão da música electrónica. Ao lado do êxtase, foi durante muito tempo a droga mais consumida nas raves. Também conhecida como Vitamin K, Kit Kat, Keller, Super Acid e Super C, chegou a virar tema de músicas ("Lost in the K-Hole", dos Chemical Brothers e "Special K", do Placebo), e serviu de inspiração para uma cena dos "Ficheiros secretos" em que o agente Fox Mulder resolve recorrer à substância para recuperar a memória Ð propriedade que a ketamina não tem na vida real. Alguns livros sobre o tema também foram lançados. O principal deles, Ketamine: Dreams and realities, foi escrito pelo neozelandês Karl Jansen, que é considerado o maior especialista do mundo no assunto. "Os efeitos podem incluir uma sensação de fundir-se com outra pessoa ou grupo e uma sensação de ser um animal, planta ou um objeto inanimado", afirma o psiquiatra de 34 anos, por e-mail.
Conhecida há anos pela eficácia na anestesia de cavalos e de outros animais, a ketamina vem sendo usada por jovens e adolescentes, interessados apenas nas propriedades alucinogenicas da substância. à venda em lojas veterinárias e facilmente adquirido sem a apresentação de receita, o uso indevido do anestésico cresce sem controle. Apresentado na forma líquida, passa por uma transformação, vira pó e ganha o nome de Special K. "Na primeira vez, fiquei morrendo de medo porque me disseram que era muito perigoso, mas depois, vi que não era não", conta a produtora C. M., 28 anos, que desde então já usou a droga mais de dez vezes. Usada sem orientação médica, a ketamina pode causar distorções visuais, alucinações, paranóia, convulsões e até viciar.
Adquirido na forma líquida, a ketamina passa por um processo de modificação caseira antes de ser consumida. Colocado no forno microondas em potência baixa durante cinco segundos, vira pó. Em novo estado, a droga costuma ser aspirada, mas também pode ser fumada depois de misturada com tabaco ou maconha. "A primeira vez que cheirei foi numa rave na Inglaterra, há três anos. Aqui, também foi numa festa. Pensei que era cocaína e só fui me tocar que era ketamina quando comecei a me sentir mal", lembra a publicitária D. P., 23 anos. Segundo o psiquiatra Karl Jansen, doses altas de Special K podem causar alucinações, experiências extra-corporais, convulsões e até viciar, mas casos de overdose são raríssimos. "O uso de ketamina é seguro do ponto de vista físico já que não compromete a respiração ou altera os batimentos cardíacos como a heroína. Além disso, anestesista costumam aplicar doses mais altas do que as que são normalmente usadas nos clubes nocturnos", afirma o médico, que condena a combinação ketamina-álcool. "Pode ser fatal", diz. Na Europa, a mistura da substância com cocaína é bastante difundida e ganhou o nome de CK, em homenagem a Calvin Klein. "Em Londres, um amigo meu cheirou duas carreiras de CK e caiu no meio da pista. Teve três paradas respiratórias", lembra C. M.
texto e investigação por
Roberta Salomone
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a musica é boa ;)
domingo, 13 de julho de 2008
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